Descarte correto de medicamentos: uma responsabilidade dos farmacêuticos que atuam na atenção primária

Waldelice Leite Oliveira

Resumo


Introdução: O descarte é um tema atual e tem gerado discussões sobre “de que modo fazer” e “quem arcará com os custos”. Objetivo: Descrever experiência realizada por farmacêuticos em uma unidade atenção básica de saúde no descarte de medicamentos.  Metodologia: Relato de experiência sobre o processo de descarte implementado e a compilação do perfil dos medicamentos descartados. Foi realizada a estimativa dos custos com o descarte. Resultados: O processo implementado inicia-se na coleta dos medicamentos. Estes medicamentos são segregados e tabulados. Os controlados pela Portaria 344/1998 são encaminhados para cadastro junto a Inspetoria de Vigilância Sanitária e, posteriormente, são encaminhados para a incineração. Os demais são armazenados em bambonas para posterior descarte. Uma empresa contratada pela Secretaria de Saúde recolhe sistematicamente os medicamentos e encaminha para o descarte. O relatório da incineração é devolvido à unidade de saúde para que o Farmacêutico possa retornar a Vigilância Sanitária para finalizar o processo de descarte dos controlados. Foram cadastrados no período investigado 545 medicamentos com diferentes lotes que somaram 14.085 unidades (comprimidos, bisnagas, frascos, etc). Um número expressivo de medicamentos de uso contínuo foram descartados. Dos medicamentos, 285 (52,3%) foram devolvidos pela comunidade, 222 (40,7%) foram amostras grátis e 38 (7,0%) medicamentos vencidos dentro da unidade. Foi estimado o valor de 478 (87,7%) produtos os quais totalizaram R$ 25.597,71. Conclusão: O descarte de medicamentos deve ser tratado em diferentes etapas da assistência farmacêutica pois está relacionado com perdas monetárias, além de poder estar relacionados a danos ambientais e clínicos. 


Palavras-chave


: Farmacêutico; Atenção Primária; Descarte de Medicamentos

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