Uso do paracetamol em pacientes com dengue

Resumo

O uso de analgésico/antipirético em pacientes com dengue requer cautela. De um lado, os salicilatos, anti-inflamatórios não esteroides e, possivelmente também a dipirona, aumentam o risco de hemorragias. O paracetamol, por outro lado, pode aumentar o risco de dano hepático. Ou seja, cada paciente deve ser analisado individualmente, cotejando-se os potenciais danos e benefícios da utilização de cada um desses analgésicos, conforme a evolução clínica. 

Embora o paracetamol não seja contraindicado para pacientes com dengue, o dano ao fígado induzido por doses elevadas e/ou uso prolongado deste analgésico pode contribuir para os efeitos hepatotóxicos produzidos pela virose. Considerando-se que sua utilização é amplamente recomendada em diretrizes de tratamento da dengue, seria razoável que tais documentos incluíssem advertência relativa à possível ocorrência de efeitos danosos ao fígado.