ETNOFARMACOLOGIA, FITOQUÍMICA, TOXICOLOGIA E ATIVIDADES ANTI-INFLAMATÓRIA E ANTINOCICEPTIVA DE FOLHAS DE PSIDIUM GUAJAVA L.: UMA REVISÃO

Autores

  • Renata Coppini de Almeida Laboratório de Produtos Naturais - LaProNat, Faculdade de Ciências da Saúde, Universidade de Brasília. Campus Universitário Darcy Ribeiro, Asa Norte. CEP: 70910-900. Brasília, DF http://orcid.org/0000-0003-0554-8131
  • Diegue Henrique Nascimento Martins Laboratório de Produtos Naturais - LaProNat, Faculdade de Ciências da Saúde, Universidade de Brasília. Campus Universitário Darcy Ribeiro, Asa Norte. CEP: 70910-900. Brasília, DF http://orcid.org/0000-0002-3879-5895
  • Paula Monteiro Souza Laboratório de Produtos Naturais - LaProNat, Faculdade de Ciências da Saúde, Universidade de Brasília. Campus Universitário Darcy Ribeiro, Asa Norte. CEP: 70910-900. Brasília, DF http://orcid.org/0000-0003-1824-2211
  • Yris Maria Fonseca-Bazzo Laboratório de Produtos Naturais - LaProNat, Faculdade de Ciências da Saúde, Universidade de Brasília. Campus Universitário Darcy Ribeiro, Asa Norte. CEP: 70910-900. Brasília, DF http://orcid.org/0000-0002-1230-3207
  • Damaris Silveira Laboratório de Produtos Naturais - LaProNat, Faculdade de Ciências da Saúde, Universidade de Brasília. Campus Universitário Darcy Ribeiro, Asa Norte. CEP: 70910-900. Brasília, DF http://orcid.org/0000-0003-1851-5224
  • Pérola de Oliveira Magalhães Laboratório de Produtos Naturais - LaProNat, Faculdade de Ciências da Saúde, Universidade de Brasília. Campus Universitário Darcy Ribeiro, Asa Norte. CEP: 70910-900. Brasília, DF http://orcid.org/0000-0001-8011-6940

DOI:

https://doi.org/10.14450/2318-9312.v35.e3.a2023.pp247-284

Palavras-chave:

Psidium guajava, plantas medicinais, anti-inflamatório, antinociceptivo.

Resumo

Psidium guajavaL. (Myrtaceae), conhecida como goiabeira, é uma importante espécie vegetal com diversos valores medicinais. Na medicina tradicional, é utilizada para o tratamento de uma série de doenças, como distúrbios gastrointestinais, processos inflamatórios, no tratamento de cáries, em afecções dermatomucosas, como analgésico, em distúrbios respiratórios, dentre outros. As ações podem ser atribuídas à infinidade de compostos bioativos presentes em P. guajava. O objetivo desta revisão é fornecer informações atualizadas sobre os usos etnomedicinais, compostos bioativos, potenciais ações anti-inflamatória e antinociceptiva, além da toxicidade das folhas de P. guajava L. A estratégia de busca utilizada continha o nome científico, sinonímias e nomes populares da espécie vegetal. As bases de dados consultadas foram Cochrane, Medline, SCOPUS, Science Direct, Web of Science, Lilacs, SciELO, Google acadêmico e Google books.; além de monografias em compêndios oficiais. Dentre os principais fitoquímicos extraídos de folhas de P. guajava, podem ser citados compostos dos grupos dos flavonoides, taninos, terpenoides, saponinas e óleos essenciais. Estudos in vitro e in vivo sugerem que derivados das folhas da espécie vegetal possuem potencial anti-inflamatório e antinociceptivo. Assim, considerando seu perfil fitoquímico e seus efeitos benéficos, derivados das folhas da espécie podem, potencialmente, serem utilizados no desenvolvimento de produtos farmacêuticos. Contudo, lacunas consideráveis ainda precisam ser preenchidas, como por exemplo, aquelas relacionadas a padronização do método extrativo e no que diz respeito a relação droga:derivado obtida. Ademais, há necessidade de ensaios clínicos mais robustos para estabelecer as doses seguras e a eficácia de P. guajava como agente anti-inflamatório.

Biografia do Autor

Renata Coppini de Almeida, Laboratório de Produtos Naturais - LaProNat, Faculdade de Ciências da Saúde, Universidade de Brasília. Campus Universitário Darcy Ribeiro, Asa Norte. CEP: 70910-900. Brasília, DF

Farmacêutica-bioquímica formada pela Universidade Comunitária da Região de Chapecó - UNOCHAPECÓ (2006), especialista em Farmacologia Clínica pela Universidade de Brasília (UnB) e mestre em Ciências Farmacêuticas pela mesma instituição (UnB). Tem experiência na área de farmácia, microbiologia aplicada (produção e purificação de biomoléculas), plantas medicinais e fitoterápicos. Atuou em projetos de Fitoterapia, junto a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Atua como Consultora Técnica no Departamento de Assistência Farmacêutica e Insumos Estratégicos - DAF do Ministério da Saúde (MS), junto à equipe gestora da Política e do Programa Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos. É aluna de doutorado pelo Programa de Pós-graduação em Ciências da Saúde, da Universidade de Brasília (UnB), na área de concentração farmacologia, toxicologia e produtos naturais, com linha de pesquisa no desenvolvimento e monitoramento da qualidade de medicamentos.

Diegue Henrique Nascimento Martins, Laboratório de Produtos Naturais - LaProNat, Faculdade de Ciências da Saúde, Universidade de Brasília. Campus Universitário Darcy Ribeiro, Asa Norte. CEP: 70910-900. Brasília, DF

Farmacêutico formado pela Universidade Paulista, UNIP-DF (2011). Mestre (2015) e Doutor (2019) em Ciências da Saúde pela Universidade de Brasília-UnB. Tem experiência na área de Farmácia, atuando principalmente nos seguintes temas: fitoterapia; espécies vegetais do Cerrado; avaliação da atividade antioxidante e enzimática; assistência e atenção farmacêutica; controle e garantia da qualidade de medicamentos e insumos farmacêuticos; e Farmacovigilância. Consultoria prestada para Organização Pan-America da Saúde (OPAS) junto a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) (2015) na elaboração de monografias de plantas medicinais para o Formulário de Fitoterápicos da Farmacopeia Brasileira. Coordenador (2020-2021) do curso de Farmácia na União Pioneira de Integração Social (UPIS). Atualmente docente (2018) na UPIS dos cursos de Farmácia e Enfermagem frente as disciplinas de citologia e histologia, assistência farmacêutica, atenção farmacêutica, controle da qualidade, garantia da qualidade e Farmacovigilância. Membro do Núcleo Docente Estruturante (NDE) dos cursos de Enfermagem (2018 - 2020) e Farmácia (2018 - atualmente) da UPIS.

Paula Monteiro Souza, Laboratório de Produtos Naturais - LaProNat, Faculdade de Ciências da Saúde, Universidade de Brasília. Campus Universitário Darcy Ribeiro, Asa Norte. CEP: 70910-900. Brasília, DF

Graduação em Ciências Farmacêuticas pela Universidade de Brasília (2007), mestrado em Ciências da Saúde pela Universidade de Brasília (2011), duplo-doutorado pela Universidade de São Paulo, Brasil e pela Universidade de Gênova, Itália (2015), e Pós-Doutorado pela Universidade de Brasília (2015-2020). Foi Pesquisadora Colaboradora junto ao Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde da UnB, e coordenadora de projeto de pesquisa financiado pela FAPDF (Demanda Espontânea Edital 04/2017). Durante 4 anos foi professora voluntária junto ao Departamento de Farmácia da UnB ministrando as disciplinas Controle de Qualidade Físico-Químico e Controle da Qualidade Microbiológico. Atualmente é Professora Visitante no Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde e professora colaboradora do Programa de Pós-Graduação em Ciências Farmacêuticas ambos da UnB, orientando dois alunos de mestrado, e coordenadora e projeto de pesquisa financiado pela FAPDF (Demanda Espontânea Edital 04/2021). Desenvolve projetos de pesquisa no Laboratório de Produtos Naturais da UnB visando a prospecção de biomoléculas de interesse farmacêutico produzidas por microrganismos e por espécies vegetais do Cerrado brasileiro. Tem experiência na área de enzimologia, purificação de proteínas e microbiologia aplicada, com ênfase em processos fermentativos e produção de biomoléculas de interesse farmacêutico.

Yris Maria Fonseca-Bazzo, Laboratório de Produtos Naturais - LaProNat, Faculdade de Ciências da Saúde, Universidade de Brasília. Campus Universitário Darcy Ribeiro, Asa Norte. CEP: 70910-900. Brasília, DF

Possui graduação em Farmácia pela Universidade José do Rosário Vellano (2003), mestrado (2007) e doutorado em Ciências Farmacêuticas pela Universidade de São Paulo (2010). Pós-doutora pela Universidade de São Paulo (2011). Atualmente é professora associada na Faculdade de Ciências da Saúde na Universidade de Brasília. Tem experiência na área de Farmácia, com ênfase em Análise e Controle de Medicamentos Fitoterápicos e cosméticos, atuando principalmente nos seguintes temas: fitoterápicos, fotoquimioprevenção, avaliação da eficácia antioxidante, avaliação de toxicidade em cultura de células, atividade anti-inflamatória e analgésica de produtos naturais, estudos de estabilidade, desenvolvimento de métodos analíticos e estudos de permeação, retenção e liberação cutânea.

Damaris Silveira, Laboratório de Produtos Naturais - LaProNat, Faculdade de Ciências da Saúde, Universidade de Brasília. Campus Universitário Darcy Ribeiro, Asa Norte. CEP: 70910-900. Brasília, DF

Possui graduação em Farmácia e Bioquímica - hab. Indústria pela Universidade Federal de Ouro Preto (1986), mestrado em Química pela Universidade Federal de Minas Gerais (1993) e doutorado em Química pela Universidade Federal de Minas Gerais (1999). Atualmente é professora titular na Universidade de Brasilia, onde também atua como membro do Comitê Assessor do Programa de Iniciação Científica (PROIC). É Editora-Chefe de Infarma - Ciências Farmacêuticas e Editora Associada de Frontiers in Pharmacology - Section Ethnopharmacology. Tem experiência na área de Farmácia, com ênfase em Farmacognosia, atuando principalmente nos seguintes temas: fitoquimica, etnofarmacologia e assuntos regulatórios relacionados a fitoterápicos.

Pérola de Oliveira Magalhães, Laboratório de Produtos Naturais - LaProNat, Faculdade de Ciências da Saúde, Universidade de Brasília. Campus Universitário Darcy Ribeiro, Asa Norte. CEP: 70910-900. Brasília, DF

Professora Associada do Departamento de Farmácia da Faculdade de Ciências da Saúde da Universidade de Brasília (UnB), foi Coordenadora do Curso de Farmácia da UnB de 2008 a 2011 e Coordenadora do Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde/ UnB, de fevereiro de 2018 a outubro de 2022. Possui Graduação em Farmácia Industrial pela Universidade Federal de Alfenas. Doutora em Biotecnologia Industrial pelo Programa de Pós-Graduação em Biotecnologia da Universidade de São Paulo - EEL/USP. Realizou Pós-doutorado em Tecnologia Bioquímico-Farmacêutica na Faculdade de Ciências Farmacêuticas da Universidade de São Paulo. Fundadora e uma das coordenadoras do Laboratório de Produtos Naturais da Faculdade de Ciências das Saúde da UnB, onde projetos de pesquisas financiados pelo CNPq e pela FAPDF são desenvolvidos, visando a prospecção de biomoléculas de interesse farmacêutico produzidas por microrganismos e por espécies vegetais do cerrado brasileiro. Membro da Sociedade Brasileira de Microbiologia desde 2013. Em 2019 permaneceu por 6 meses como professora visitante na School of Pharmacy and Biomolecular Science da Universidade de Brighton, no Reino Unido. Em 2016 recebeu o Prêmio UnB de Teses pelo Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde para tese de mestrado orientada. Mantém colaborações nacionais e internacionais, estudando microrganismos e biomoléculas expressas por microrganismos e presente em plantas de interesse a saúde humana. Participa como avaliador ad hoc da FAPDF bem como é revisora de outros órgãos de fomento nacionais. Nos últimos anos produziu mais de 65 artigos científicos em periódicos internacionais, possui índice H: 22 (Scopus) e 2421 citações (março 2022). Formou 18 mestres e 3 doutores e orientou 19 projetos de IC. É revisora de mais de 30 periódicos nacionais e internacionais. Faz parte do corpo editorial de 3 revistas internacionais e 1 nacional e atualmente é Editora Associada da Frontiers in Fungal Biology e do Brazilian Journal of Microbiology.

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Publicado

2023-10-04

Como Citar

Almeida, R. C. de, Martins, D. H. N., Souza, P. M., Fonseca-Bazzo, Y. M., Silveira, D., & Magalhães, P. de O. (2023). ETNOFARMACOLOGIA, FITOQUÍMICA, TOXICOLOGIA E ATIVIDADES ANTI-INFLAMATÓRIA E ANTINOCICEPTIVA DE FOLHAS DE PSIDIUM GUAJAVA L.: UMA REVISÃO. Infarma - Ciências Farmacêuticas, 35(3), 247–284. https://doi.org/10.14450/2318-9312.v35.e3.a2023.pp247-284

Edição

v. 35 n. 3 (2023)

Seção

Artigo de Revisão

Licença

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