MEDICAMENTOS PSICOTRÓPICOS E COVID-19: MANEJO TERAPÊUTICO
DOI:
https://doi.org/10.14450/2318-9312.v35.e2.a2023.pp148-190Palavras-chave:
esquizofrenia, transtorno bipolar, depressão, psicofármacos, COVID-19, SARS-CoV-2Resumo
No mês de março de 2020, a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou estado de pandemia, em decorrência do vírus SARS-CoV-2/COVID-19. No início de 2021 foram registrados 83.715.617 casos confirmados e 1.835.901 mortes por COVID-19. Desse modo, mundialmente há um esforço no sentido de desenvolver protocolos eficazes para o tratamento dessa doença. Uma das dificuldades encontradas é devida à heterogeneidade com o qual a COVID-19 afeta diferentes pacientes, devido a comorbidades. A não existência de medicamentos específicos no tratamento da COVID-19 é preocupante. Esse quadro se torna ainda mais grave quando consideramos possíveis interações entre esses medicamentos e os já utilizados previamente pelos pacientes, principalmente os de uso crônico. Nesse contexto, se enquadram os pacientes que possuam transtornos psiquiátricos, como transtorno depressivo maior, transtorno afetivo bipolar e esquizofrenia. Essa revisão teve como objetivo comparar diferentes protocolos farmacoterapêuticos no tratamento da COVID-19 em diferentes estágios quanto à sua segurança e eficácia em pacientes em tratamento para depressão, transtorno bipolar e esquizofrenia. Foi feita uma revisão em uma base de dados acerca de medicamentos mais citados para COVID-19 e pesquisadas possíveis interações entre os cinco mais citados no tratamento da COVID-19 e protocolos no tratamento de esquizofrenia, transtorno depressivo maior e transtorno afetivo bipolar. Foram excluídos ensaios não-clínicos, artigos que não apresentassem resultados (trials), artigos que apresentaram posterior retratação, artigos com idiomas estranhos aos autores e artigos relacionados a vacinas e terapias imunológicas que estão fora do escopo desse trabalho. Após as exclusões, foram considerados 117 estudos. Os medicamentos mais citados foram Hidroxicloroquina/Cloroquina (26 artigos), seguido por tocilizumab (10 artigos), ivermectina e rendesivir (oito artigos cada) e flavipinavir (sete artigos) A hidroxicloroquina e a cloroquina apresentaram vários resultados conflitantes e foram os medicamentos mais associados com interações medicamentosas em todas as classes de medicamentos estudadas.
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