O cuidado farmacêutico no Núcleo Ampliado de Saúde da Família: experiência no município de contagem
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Palavras-chave

Atenção Farmacêutica
Avaliação de resultados de cuidado em saúde
Saude da família
Atenção primária a saúde

Como Citar

Maia de Santana, R. J., & Guimarães, E. (2022). O cuidado farmacêutico no Núcleo Ampliado de Saúde da Família: experiência no município de contagem. Experiências Exitosas De Farmacêuticos No SUS, 7(7), 78–84. https://doi.org/10.14450/2526-2858.v7.e7.a2021.pp78-84

Resumo

Contagem (MG) possui a terceira maior população do estado de Minas Gerais e um índice de envelhecimento da população de 43,3%, o que leva ao crescimento de demandas em saúde, sobretudo no que diz respeito a doenças crônico-degenerativas. O Núcleo Ampliado de Saúde da Família (Nasf) abre a possibilidade de inserção do Farmacêutico na Atenção Primária à Saúde (APS), em ações de Cuidado Farmacêutico. A participação ativa do farmacêutico na APS é vista como uma necessidade para o redesenho do modelo de atenção às condições crônicas e para a melhoria dos resultados em saúde. O objetivo do trabalho foi levantar os principais Problemas Relacionados aos Medicamentos (PRMs) na população descrita e avaliar o serviço do Cuidado Farmacêutico por meio de indicadores de qualidade para Serviços Farmacêuticos Clínicos. O farmacêutico foi inserido na Equipe Nasf Industrial 1, realizando atendimento a pacientes, orientação da equipe de Saúde da Família – eSF e reuniões de matriciamento. Optou-se pelo método de acompanhamento farmacoterapêutico PWDT (Pharmacist’s Workup of Drug Therapy). Como forma de mensurar a qualidade do cuidado prestado, foram escolhidos os indicadores: consultas farmacêuticas realizadas, aceitação das intervenções farmacêuticas pelo prescritor e problemas relacionados à farmacoterapia resolvidos. De novembro/2020 a junho/2021, foram realizadas 243 consultas do Cuidado Farmacêutico, atendendo a 116 pacientes; foram avaliados 1.826 medicamentos e detectados 1.092 problemas de saúde. Foram identificados 570 PRMs, que se dividiram em: PRMs de efetividade (41,9%), PRMs de adesão (29,5%), PRMs de necessidade (16,0%) e PRMs de segurança (12,6%). Os PRMs de efetividade foram os mais prevalentes, sendo influenciados por inércia terapêutica e dificuldade de retorno a consultas, seguido pelos PRMs de adesão, nos quais as crenças do paciente e a dificuldade de acesso são fatores muito importantes. A proporção de consultas farmacêuticas realizadas foi de 72,8%, compatível com o absenteísmo em consulta ambulatorial descrito na literatura. A aceitação de intervenções  farmacêuticas pelos prescritores foi de 44,8%, semelhante ao verificado em estudo realizado no serviço de clínica farmacêutica em Curitiba, em 2014. Quanto aos problemas relacionados à farmacoterapia identificados, 34,3% foram resolvidos. Ressalta-se que, além do Cuidado Farmacêutico em si, foram realizadas atividades de orientações à equipe de cuidado e participação em um grupo remoto de transmissão de mensagens instantâneas do Nasf. A população atendida no Cuidado Farmacêutico do Nasf Industrial 1 usava em média 7,5 medicamentos por paciente. A cada 100 medicamentos analisados, 32 possuíam algum PRM, o que demonstra a importância do Cuidado Farmacêutico na otimização da terapia desses pacientes polimedicados. Os indicadores colhidos demonstram a necessidade de aperfeiçoar o método de coleta de dados, adotar ações para diminuir o absenteísmo e aumentar a inserção e interação do farmacêutico na equipe de cuidado. 

https://doi.org/10.14450/2526-2858.v7.e7.a2021.pp78-84
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